Umas, novas, Idéias

Thursday, September 29, 2005

diferentes

nós devemos mesmo ser diferentes:
eu penso em cortar meus pulsos
ela pensa em escovar os dentes...

Este é o final de um soneto escrito por Willyan Edward Cortvalle, poeta da geração pós-guerra australiana. Estava lendo o livro "apos teus olhos nus só vi peitos de vadias" do filósofo e também poeta do mesmo movimento Alfrey Hucksberry e pude então mergulhar no universo criativo e adicionante dos pensamentos desta geração. Cortvalle e Alfrey paracem dialogar com as instituições mais falidas da poesia universal, mas fazem isso de maneira ironica e subversiva ao ponto de encontrarmos versos como: " Molhei meu Cream Cracker no leite/ para o meu deleite/ para cremar meus sonhos." (WEC) ou ainda em : " No more/ my body/ my blody/ my door." (AH) . A poesia do pós guerra australiano deturpa os sentidos do mundo terreno, capitalista e burguês, simplesmente por que é feita num campo de batalhas onde a vitória é sempre impossível, trata-se do campo das palavras. Alfrey argumenta em seu micro manual já supracitado que " o conteúdo emblemático dos versos desta geração é na verdade um reflexo extremo da elocubração definitiva e inconstante das vertentes pioneiras e dos acontecimentos simultaneos da neo expressividade múltipla encontrada apenas nos últimos livros de Thorten Kilbane." Tendo como marco de fundação a batalha de Phillip Clear beach, a produção literária do pós guerra australiano se torna o maior paradigma de análises do século XXI, lembrando sempre que sua constituição derivada acaba por compor e decompor mestiçagens ímpares e continuativas no processo de construção da literatura universal.

bibliografia básica para pesquisas:

CORTVALLE, W.E. Poemas escritos no barro e no sangue de Phillip Clear beach. Sidney, 1974.

HUCKSBERRY, Alfrey. Após teus olhos nus só vi peitos de vadias. Sidney, 1979.

KILBANE, Thorten. Vendi cigarros no Vietnã. Sidney, 1988.

2 Comments:

  • At 9:26 PM, Blogger [sic]. said…

    Você esqueceu de citar o poeta maldito Will McManus, autor de "Para sempre cancro mole", essencial para se entender a geração desesperançada do pós-guerra, além de nosso querido Roger Eggs, de "Kangooroo mother fucker". Revisa esse texto, jovem...

     
  • At 8:07 AM, Blogger Otavio Meloni said…

    pode deixar amigo estrangeiro, a geração pós guerra é muito ampla e tive que fazer um recorte no corpus a ser estudado. ainda poderíamos citar Ross Stvenswenson e Barkley Lee Oswaldson, por exemplo...

     

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