LEGÍTIMA DEFESA
Otavio decidiu morrer.
Trancou-se no quarto;
Tomou um coquetel de remédios;
E pôs-se a escrever.
A medida do tempo incerto
O corpo foi desfalecendo,
A mão largou o lápis,
O lápis largou a mão.
Nos olhos acendia uma voz,
Mas o fim era já tão perto...
Que pelo crime próprio, sorria,
E quase não termina esse verso.
(encontraram seu corpo, sozinho,
Às dezenove horas em ponto.
Tinha os olhos fechados,
A boca seca e pálida
Numa dor que não mais lhe doía.)
Passional não,
Pessoal.
6 Comments:
At 3:20 PM, Anonymous said…
Primeira!! rss
Nossa...qual era o tema?! acho que desse eu participo.
Adorei!
At 4:16 PM, Vanessa Anacleto said…
Otávio, seu crime é perfeito. Sabe, não concordei com a idéia daquele teu texto impactante do se fosse Deus por um dia , apesar de reconhecer o texto como excelente.
Já aqui eu concordo com a ideia do texto também. O que não tem a menor importancia já que o que vale é que você escreve muito .
At 4:16 PM, marcio castro said…
morreu por causas pessoais. não te interessa. pra mim, ótimo. té.
At 4:21 AM, Anonymous said…
Você escreve mesmo a lápis ou foi apenas porque o PC não combina com poesia?
Ousado.
At 5:07 AM, Anonymous said…
gostei bastante!
At 6:59 PM, Anonymous said…
Ironia estar vivo "muita vez"[escreveria Machado]...Se tivesse que dizer apenas uma palavra para esse poema seria: Identificação.
Post a Comment
<< Home