Umas, novas, Idéias

Thursday, September 14, 2006

De volta


Não sei bem se é a espera ou a esperança, mas, de uma certa forma, muitas coisas parecem fazer sentido quando se passa a acreditar noutra pessoa. Percebi bem isso hoje. A inesperada e triste cena de Pedro Paixão sobre o finitude de Michiko e os trechos de poemas de Géraldy fizeram uma lasciva antesala até que eu me surpreendesse admirando um quadro de Van Gogh. Um mundo mosaíco que, impressionista ou barroco, pós-moderno ou maneirista reconstitui minha memória com o tom de seu rosto. Perco tempo a olhar a rua, as calçadas repletas de sol e pessoas, e a vida atropela com suas necessidades impostas - dinheiro, trabalho, paciência. Dezessete andares separaram Michiko, momentaneamente, do chão. Anos de obscuridade e a morte separaram Van Gogh da fama e do reconhecimento. Geraldy me diz num poema: " Despedimo-nos mal mais uma vez... Por quê?" E eu forço a cabeça a lembrar qual foi exatamente seu último gesto desde que te perdi de meu olhar, na última vez que te vi.

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