Umas, novas, Idéias

Friday, February 16, 2007

Carnaval, mais um livro de Bandeira???


Sexta-feira de carnaval. Ninguém vai ler este post, pois todas as pessoas devem estar fazendo algo mais interessante do que se conectar na internet e acessar o umasideias. Portanto vou falar um monte de merda e foda-se. Carnaval sempre é bacana. De alguma maneira nos surpreendemos com algo que acontece inesperadamente, alguém que conhecemos e mesmo com as histórias dos amigos. Esse ano vou ficar por aqui. Os amigos viajam, outros embarcam na folia com suas respectivas namoradas. Deve ser uma boa hora para ler "E agora José?" do Drummond... Na minha rua um bando de crianças se veste de Pierrot, o bate-bola intimidador que foge correndo e chorando quando vê um carro ou um cachorro. A gritaria infernal mesclada ao silêncio das casas vazias é de assustar qualquer humano. Vou comer. Vou comer muito. Comprei vários pacotes de biscoito, carne e água tônica. Desta vez preferi não beber. Não vou beber nada alcoolico por uma simples motivo: não vou ter mesmo o que lembrar, então pra que perder a memória? Se a Telemar santíssima ajudar terei ao menos internet. Se não, ficarei limitado a horas de winning eleven, Halbwacks e João Maimona. Pensei em ir ao cinema. Talvez faça isso na segunda. Não sei que filme, não sei se vão me bater na bilheteria, não sei se vou conseguir comentar com alguém depois. É sexta-feira de carnaval. Quinta que vem vou ao banco empentelhar o gerente, saber por que meu cartão não chegou. Acho que não tinha mesmo muito a escrever. O carnaval vai ser uma semana normal, com jogo do italiano na band e rodada dos estaduais no sábado e na quarta de cinzas. Ainda terei de aguentar um reporter explicando pela milésima vez por que o bloco do bacalhau do batata sempre sai as quartas e os flashes ao vivo da quadra vencedora do carnaval carioca. Vou deixar o teclado seguir seu cordão e procurar Drummond na estante.

2 Comments:

  • At 1:38 PM, Anonymous Anonymous said…

    E agora? Na meada das rimas (quer seja prosa), fios que tecem soluções:
    “Passar quatro dias e quatro noites em casa, vendo o carnaval passar, ou não vendo nem isso, mas entregue a uma outra cifrada folia, que nessa quarta-feira de cinzas abre suas pétalas de cansaço (...). Não ligar televisão, esquecer-se de rádio; deixar os locutores falando sozinhos, na ânsia de encher de discurso uma festa à base de movimento e canto. Perceber apenas o grito trêmulo trazido e levado pelo vento, de um samba que marca a realidade lúdica sem nos convidar a integração (...). Aceitar a solidão; escolhê-la; desfrutá-la. Sorrir dos psiquiatras que falam em alienação do mundo e recomendam a terapêutica de grupo. Estimar a pausa como valor musical, o intervalo, o hiato (...) Descortinar na preguiça um espaço incomensurável, onde cabe tudo; não enchê-lo demais; devassá-lo à maneira de um explorador que não quer ser muito rico e tanto sente prazer em descobrir como em procurar (...), sem fugir, sem brincar, divertido em seu canto umbroso”. (CDA)
    (Genial sua escrita, Otavio, que mais uma vez desdenha a felicidade legitimada em...fim, nós sabemos).

     
  • At 6:38 PM, Anonymous Anonymous said…

    Obrigado Tatiana, achei que ninguém ia ler esse post... No entanto ganhei um comentário seu, com elogios e citações... Muito obrigado e sinta-se sempre a vontade nessa página.

     

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