Umas, novas, Idéias

Thursday, February 22, 2007

Fatos Venéreos


Pensei muito mesmo antes de escrever esse texto pós-carnaval neste blog. Minha primeira idéia era demonstrar que, ao contrário do tédio que se prenunciava (ver post anterior), tudo acabou sendo divertido com o grande encerramento do bloco carnavalesco “se melhorar afunda”. Na quarta-feira de cinzas, após a apuração do grupo especial do rio de janeiro, tive o ímpeto de bradar no deserto ( e grandes são os desertos) sobre a injustiça contra a Viradouro, a nova armação para a Beija-flor e etc. Recobrei minha sanidade após perceber que pegou mal a ponto de a rede globo tentar justificar por três vezes em três programas diferentes porque o Paulo Barros não é aceito pelos jurados. Eu não vim ao mundo para fazer justiça, não tenho um metro e oitenta e nem amarro faixa na testa antes de sair de casa. Agora, que dá vontade de bater nuns caras, a dá... Mas como eu ia dizendo; pensei muito sobre o que seria este texto; sobre o que escreveria; se homenagearia alguém. Decidi não decidir e ir escrevendo assim como no texto anterior. Que as palavras fossem se contando sem intenções maiores. Sobre o carnaval em si, vale dizer que terça as onze da manhã eu estava bebendo vinho de péssima qualidade, seguindo o citado bloco na companhia de meus amigos – os que vão comigo nessa vida. Vale ainda citar que almoçamos dignamente sobre o estrondoso som de piadas que só foi interrompido quando os garçons do Ximenes trouxeram a pedida da senhorita Isa Laxe: Os três churrascos mistos. Ontem falei com o imundo do Ivan que preferiu ir pra Joinville a seguir o cordão carnavalesco com os comparsas conversadores. O japonês falou sobre chadelles, cidade fantasma, Pastoras, fenomenologia do amigo e de uma certa canção muito bem interpretada por Gal Costa. Mas como já disse para a figura, depois da segunda bebida não sentimos mais a falta desse Imundo barriga verde. O curioso do carnaval é que sempre fica aquele mesmo ar de reveillon. Basta acabar a festa para dizermos que no ano que vem vamos fazer tal coisa, sair em tal bloco, ir ver os desfiles na Sapucaí, comprar tal fantasia, compor sambas enredo a sério, etc. Às vezes fico pensando sobre essa coisa de capitalismo, socialismo, ditaduras, geopolítica mundial, arsenais nucleares, aquecimento global, desmatamento da Amazônia, crise no oriente médio, violência urbana... Mas e o Botafogo fora das semi-finais da taça Guanabara? E o bandeja? E o Conversando? E o ciclo Guimarães? O carnaval é o ano inteiro. Eu vou vestir minha fantasia de mestrando, vocês a de leitores e no próximo ano, durante a folia, voltamos a ser pessoas que vestem máscaras para serem quem são. Como já disse o Fernando, brincando de Álvaro: “Grandes são os desertos e tudo é deserto.” Eu odeio xente ki exkevi axim...

1 Comments:

  • At 11:19 AM, Blogger ciclobásico said…

    Otavio, bom seja-lá-o-que-for-isto (texto). Sabe, foi bom trocar a companhia daqueles que vão comigo pela vida pela companhia de quem incondicionalmente vai também, e eu já vinha me esquecendo. "A eternidade está longe (Menos longe que o estirão que existe entre o meu desejo e a palma da minha mão)." Entre amigos que se tornaram irmãos e irmãos que vão cada vez se tornando mais amigos, eu já nem sei se há para todos nós a apoteose que sonhamos. A mim basta não me perder do bloco.

    Forte abraço, tmj.
    Ivan

     

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