Umas, novas, Idéias

Sunday, June 24, 2007

Sexta e sábado: A verdade do mundo


"É mentira, uhu. É mentira, uhu..."
Planet Hemp

Este fim de semana tem sido, até então, uma avalanche de surpresas e decepções para mim. Desculpem a metáfora desgastada, ou mesmo o carater passional que esta primeira sentença assume, mas vou partir desta constatação para tentar, com vocês, entender um pouco as engrenagens do mundo e o porquê de algumas pessoas insistirem em salvar esse planeta cheio de gente.
Sexta-feira a noite fui conferir a premiação de um concurso de contos organizado por uma organização de ensino superior da cidade em que resido. Voltado para o público jovem de alunos matriculados no ensino médio, fui acompanhando dois de meus gafanhotos que estavam inscritos. Eles não lograram exito, mas ganharam um belo livro de fotografias de São Gonçalo. Não que eles sejam melhores que ninguém. O curioso foi reparar que entre os dez primeiro três eram da mesma escola, dois eram conhecidos da organização por terem participado de uma oficina literária promovida por ela e o vencedor tinha como tema um triângulo amoroso homossexual, escrito à Machado de Assis e concluído com um grito de louco. Os senhores velhinhos de idade avançada da Academia Gonçalense de Letras, esteio crítico do concurso, se refestelaram em ver um conto que lembrasse Machado. Grande coisa. Fiquei pensando enquanto cantavamos o hino da cidade, que talvez fosse melhor extinguir esse tipo de competição, ou então buscar integrantes desconhecidos para a banca. Por exemplo, professores do ensino médio de uma cidade paulista, uma comissão de alunos da mesma idade de escolas de outro município. Enfim, perder e ganhar não é a questão. Guimarães Rosa perdeu um concurso com Sagarana. Mensagem de Fernando Pessoa ficou em segundo lugar no concurso de efemerides modernas portuguesa. O triste é perceber que surge o desânimo numa pessoa tão jovem, por sentir que seu texto poderia ter ido mais longe, bem mais longe do posto em que ficou. Por fim, a segunda versão do dito concurso sai no final desse ano, com a desculpa de que é preciso mais tempo para a divulgação. Caso eu ainda esteja na rede de ensino médio do município, incentivarei meus alunos a uma nova empreitada, agora já sabedor dos truques literários do mundo.
Sábado foi uma sucessão de decepções com o ser humano. Quando você pensa que já viu de tudo e que já está preparado para todo tipo de coisa vindo das pessoas, vem alguém e faz questão de te provar o contrário. Não vou aqui citar nomes, nem mesmo me estender em questões tão pessoais, o fato é que já não se pode acreditar nem nos seus próprios versos, nem nas bulas de remédio, nem nos caixas eletrônicos. Você fala um pouco aqui, ouve um tico dali e de repente se vê em meio de uma teia de intriga impressionante. Logo você que está em casa esperando o aquecimento global fazer efeito. Sempre acreditei que a pior coisa do mundo são as pessoas, mas algumas têm me feito mudar de idéia quanto a isso. Falo de meus grandes amigos que compartilham muitos desses pensamentos comigo e de algumas pessoas que por ventura surgem e tentam te provar que as coisas podem ser vistas de outro jeito. Lembro-me do sábio Diego Marques: " Vou falar pra vocês a verdade da vida..." Sim, a verdade da vida não se imagina alcançar, e realmente não se alcança nunca. Sempre há mais um andar para se cair.
Sem lamúrias, pra semana eu volto e digo outras coisas, quem sabe as mesmas, mas com idéias diferentes. Aos amigos um abraço do tamanho do rombo na camada de ozonio.

Friday, June 22, 2007

A QUE PONTO CHEGAMOS!!!!!!


COMO DIRIA O SENSO COMUM E A FRASE FEITA:

UMA IMAGEM VALE MAIS DO QUE MIL PALAVRAS

Thursday, June 21, 2007

CARTA AOS LEITORES

Caros leitores do umasideias,

Vim por meio desta comunicar o porquê da falta de publicação na última semana. Passamos por sérios problemas estruturais graças a um artigo publicado no jornal O GLOBO da quarta-feira, dia 13 de junho. O jornalista que assina a nota denigre a imagem deste blog e por conseguinte de seus milhares de leitores espalhados pelo mundo todo. Não é de nosso feitio acusar a imprensa ou mesmo cercear a palavra alheia, porém não podemos admitir tamanha calúnia e injúria proferida contra a literatura e seu espectro mais primordial: o leitor. Entendemos que jornalista de tão renomado meio de comunicação jamais poderia utilizar um espaço público de tanto alcance para desrespeitar a ética e os valores que regem o interlace culturl de um país. Avisamos aos leitores do umasideias que o blog voltará a ser atualizado na mesma frequencia e pedimos desculpas por não termos podido publicar na semana anterior. Alertamos também que as devidas medidas jurídicas já foram tomadas com a intenção de reparar os danos morais, financeiros e sociais que tal nota repudiante causou no meio jornalístico e na sociedade de um modo em geral. Afirmamos novamente que todos do umasideias defendem um jornalismo literário limpo, aberto e polissemico, logo não podemos concordar com tais manisfestações grotescas e preconceituosas como essa. Sem mais a dizer:

O EDITOR.

Friday, June 01, 2007

O impossível possível



No ano passado, após uma atividade avaliativa que propus para uma de minhas turmas de ensino médio, tive uma idéia que achei que não funcionaria na prática. É preciso observar os motivos que me fizeram idealizar tal empreitada. Tratava-se de um trabalho de literatura já conhecido que consistia em, a partir do poema de Mário Quintana, fazer um auto-retrato. Sabendo que não seria correto exigir que fizessem o trabalho em forma de poesia, deixei como opcional a estrutura e o estilo do texto. Para minha grata surpresa alguns alunos escreveram poemas. Uns parafraseando o texto de Quintana, enquanto outros partiram de idéias próprias e criaram textos muito pessoais. Da correção desse trabalho me ocorreu chamar os que deram mostras de gostar de poesia e conversar com eles sobre minha idéia: um grupo de discussão de poemas. Surpreendido fiquei com o entusiasmo de alguns. Uma parte alegou que não tinha tempo ou que não escrevia e lia poesias com tanta frequência e afinco. Reunimo-nos, então, os que toparam logo de cara a empreitada. e desde o ano passado o nosso grupo funciona no proprio colégio em horário alternativo ao que eles estudam. Quando começamos as reuniões ainda não havia uma fórmula pré-determinada nem mesmo idéia de como seria. Sei que hoje, um ano depois, temos a estrutura e uma organização que, mesmo com os pequenos contratempos habituais a qualquer atividade alternativa, consegue trazer pessoas novas e manter os pioneiros do projeto. Nosso grupo de poesia é antes uma desculpa pra conversarmos sobre a vida do que propriamente um encontro estritamente literário. Ler os poemas dos meus alunos me fez perceber que ainda existem pessoas interessadas nesse algo a mais, no ponto além da vida normal e rotineira. A variação dos temas e dos estilos faz com que os encontros sejam repletos de aprendizagem e descontração. Do romântico ao Modernista; das rimas ao verso livre... Todos se juntam para falar de um mesmo sentimento: escrever. Também recebemos visitas. Ora vem Drummond, ora nos chega Pessoa em Campos, em Reis... ora é Bandeira com seus neologismos... O fato é que a idéia que nasceu sob minha própria previsão de insucesso, continua a atrair outras pessoas que escrevem, leêm e/ou se interessam por poesia. Começo hoje a divulgar nosso projeto por essas bandas e, semanalmente, publicarei aqui um poema apresentado no grupo por um dos integrantes para apreciação e comentários de vocês. É o início de uma nova idéia, a publicação de uma antologia poética do grupo. E vamos rimando e remando com nossos 'almirantes loucos' , toda terça-feira e aqui.