Sexta e sábado: A verdade do mundo
"É mentira, uhu. É mentira, uhu..."
Planet Hemp
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Este fim de semana tem sido, até então, uma avalanche de surpresas e decepções para mim. Desculpem a metáfora desgastada, ou mesmo o carater passional que esta primeira sentença assume, mas vou partir desta constatação para tentar, com vocês, entender um pouco as engrenagens do mundo e o porquê de algumas pessoas insistirem em salvar esse planeta cheio de gente.
Sexta-feira a noite fui conferir a premiação de um concurso de contos organizado por uma organização de ensino superior da cidade em que resido. Voltado para o público jovem de alunos matriculados no ensino médio, fui acompanhando dois de meus gafanhotos que estavam inscritos. Eles não lograram exito, mas ganharam um belo livro de fotografias de São Gonçalo. Não que eles sejam melhores que ninguém. O curioso foi reparar que entre os dez primeiro três eram da mesma escola, dois eram conhecidos da organização por terem participado de uma oficina literária promovida por ela e o vencedor tinha como tema um triângulo amoroso homossexual, escrito à Machado de Assis e concluído com um grito de louco. Os senhores velhinhos de idade avançada da Academia Gonçalense de Letras, esteio crítico do concurso, se refestelaram em ver um conto que lembrasse Machado. Grande coisa. Fiquei pensando enquanto cantavamos o hino da cidade, que talvez fosse melhor extinguir esse tipo de competição, ou então buscar integrantes desconhecidos para a banca. Por exemplo, professores do ensino médio de uma cidade paulista, uma comissão de alunos da mesma idade de escolas de outro município. Enfim, perder e ganhar não é a questão. Guimarães Rosa perdeu um concurso com Sagarana. Mensagem de Fernando Pessoa ficou em segundo lugar no concurso de efemerides modernas portuguesa. O triste é perceber que surge o desânimo numa pessoa tão jovem, por sentir que seu texto poderia ter ido mais longe, bem mais longe do posto em que ficou. Por fim, a segunda versão do dito concurso sai no final desse ano, com a desculpa de que é preciso mais tempo para a divulgação. Caso eu ainda esteja na rede de ensino médio do município, incentivarei meus alunos a uma nova empreitada, agora já sabedor dos truques literários do mundo.
Sábado foi uma sucessão de decepções com o ser humano. Quando você pensa que já viu de tudo e que já está preparado para todo tipo de coisa vindo das pessoas, vem alguém e faz questão de te provar o contrário. Não vou aqui citar nomes, nem mesmo me estender em questões tão pessoais, o fato é que já não se pode acreditar nem nos seus próprios versos, nem nas bulas de remédio, nem nos caixas eletrônicos. Você fala um pouco aqui, ouve um tico dali e de repente se vê em meio de uma teia de intriga impressionante. Logo você que está em casa esperando o aquecimento global fazer efeito. Sempre acreditei que a pior coisa do mundo são as pessoas, mas algumas têm me feito mudar de idéia quanto a isso. Falo de meus grandes amigos que compartilham muitos desses pensamentos comigo e de algumas pessoas que por ventura surgem e tentam te provar que as coisas podem ser vistas de outro jeito. Lembro-me do sábio Diego Marques: " Vou falar pra vocês a verdade da vida..." Sim, a verdade da vida não se imagina alcançar, e realmente não se alcança nunca. Sempre há mais um andar para se cair.
Sem lamúrias, pra semana eu volto e digo outras coisas, quem sabe as mesmas, mas com idéias diferentes. Aos amigos um abraço do tamanho do rombo na camada de ozonio.
Sexta-feira a noite fui conferir a premiação de um concurso de contos organizado por uma organização de ensino superior da cidade em que resido. Voltado para o público jovem de alunos matriculados no ensino médio, fui acompanhando dois de meus gafanhotos que estavam inscritos. Eles não lograram exito, mas ganharam um belo livro de fotografias de São Gonçalo. Não que eles sejam melhores que ninguém. O curioso foi reparar que entre os dez primeiro três eram da mesma escola, dois eram conhecidos da organização por terem participado de uma oficina literária promovida por ela e o vencedor tinha como tema um triângulo amoroso homossexual, escrito à Machado de Assis e concluído com um grito de louco. Os senhores velhinhos de idade avançada da Academia Gonçalense de Letras, esteio crítico do concurso, se refestelaram em ver um conto que lembrasse Machado. Grande coisa. Fiquei pensando enquanto cantavamos o hino da cidade, que talvez fosse melhor extinguir esse tipo de competição, ou então buscar integrantes desconhecidos para a banca. Por exemplo, professores do ensino médio de uma cidade paulista, uma comissão de alunos da mesma idade de escolas de outro município. Enfim, perder e ganhar não é a questão. Guimarães Rosa perdeu um concurso com Sagarana. Mensagem de Fernando Pessoa ficou em segundo lugar no concurso de efemerides modernas portuguesa. O triste é perceber que surge o desânimo numa pessoa tão jovem, por sentir que seu texto poderia ter ido mais longe, bem mais longe do posto em que ficou. Por fim, a segunda versão do dito concurso sai no final desse ano, com a desculpa de que é preciso mais tempo para a divulgação. Caso eu ainda esteja na rede de ensino médio do município, incentivarei meus alunos a uma nova empreitada, agora já sabedor dos truques literários do mundo.
Sábado foi uma sucessão de decepções com o ser humano. Quando você pensa que já viu de tudo e que já está preparado para todo tipo de coisa vindo das pessoas, vem alguém e faz questão de te provar o contrário. Não vou aqui citar nomes, nem mesmo me estender em questões tão pessoais, o fato é que já não se pode acreditar nem nos seus próprios versos, nem nas bulas de remédio, nem nos caixas eletrônicos. Você fala um pouco aqui, ouve um tico dali e de repente se vê em meio de uma teia de intriga impressionante. Logo você que está em casa esperando o aquecimento global fazer efeito. Sempre acreditei que a pior coisa do mundo são as pessoas, mas algumas têm me feito mudar de idéia quanto a isso. Falo de meus grandes amigos que compartilham muitos desses pensamentos comigo e de algumas pessoas que por ventura surgem e tentam te provar que as coisas podem ser vistas de outro jeito. Lembro-me do sábio Diego Marques: " Vou falar pra vocês a verdade da vida..." Sim, a verdade da vida não se imagina alcançar, e realmente não se alcança nunca. Sempre há mais um andar para se cair.
Sem lamúrias, pra semana eu volto e digo outras coisas, quem sabe as mesmas, mas com idéias diferentes. Aos amigos um abraço do tamanho do rombo na camada de ozonio.